Introduçao: As investigaçoes epidemiológicas em queimaduras têm possibilitado a compreensao dos fatores de risco e o desenvolvimento de estratégias preventivas. Embora os dados estatísticos brasileiros sejam escassos, é de extrema importância o seu conhecimento para determinar medidas preventivas, avaliar novos tratamentos e identificar fatores de risco.
Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico, características clínicas e causas de óbito de crianças internadas por queimaduras no Hospital Infantil Joana de Gusmao, entre janeiro de 1991 e dezembro de 2008.
Método: Foi realizado um estudo retrospectivo, descritivo, com base nos prontuários de 24 crianças, e analisado o perfil epidemiológico em relaçao a sexo, idade, agente agressor, profundidade da queimadura, superfície corporal queimada, cirurgias, suporte nutricional e ventilatório, terapia intensiva, intervalo livre, tempo de internaçao e sobrevida, culturas de pele e causa do óbito.
Resultados: Dentre os óbitos, 40% ocorreram em préescolares. O álcool foi responsável por 44% das queimaduras. O intervalo livre foi maior que 8 horas em 52% dos casos. A maioria dos pacientes apresentava uma SCQ > 60% (68%) e profundidade de espessura total (80%). O debridamento foi realizado em 55% dos pacientes. As crianças necessitaram de suporte nutricional (76%), assistência ventilatória (56%) e internaçao na UTI (84%). As causas de óbitos foram: choque séptico (52%), DMOS primária (32%), hemorragia digestiva (8%), lesao respiratória (4%) e choque elétrico (4%). A taxa de mortalidade foi de 1,60%.
Conclusoes: O perfil epidemiológico dos pacientes que vao a óbito é de um menino pré-escolar, que se queimou na cozinha de casa, com fogo resultante da combustao de álcool e chegou ao HIJG em mais de 8 horas.
Palavras-chave: Queimaduras/epidemiologia. Queimaduras/complicações. Criança. Mortalidade.