OBJETIVO: Traçar o perfil epidemiológico de crianças queimadas atendidas pelo Centro de Tratamento de Queimados de um hospital universitário e analisar os tratamentos clínico, cirúrgico e a intervenção fisioterapêutica.
MÉTODO: Estudo transversal, retrospectivo, por meio de prontuários de crianças queimadas (0 a 12 anos), de janeiro de 2020 a março de 2021. Foram coletadas informações pessoais, clínicas e referentes ao tratamento e atuação fisioterapêutica. A significância estatística adotada foi 5%.
RESULTADOS: Amostra composta por 54 crianças, 66,7% masculinos, e 55,6% lactentes. Houve prevalência de queimaduras de segundo grau em membros superiores (59,3%) e tronco anterior (57,4%) por meio da escaldadura (64,8%), ocorrida em domicílio (92,6%). A maioria dos pacientes ficou na enfermaria/Centro de Tratamento de Queimados (77,8%) e recebeu alta (98,1%). Tiveram complicações 42,6% das crianças, a mais comum foi infecção. Procedimento cirúrgico mais realizado: desbridamento (57,4%) e todas as crianças fizeram troca de curativos. O número total de sessões de fisioterapia teve mediana 11 [7-21,3]. As condutas respiratórias foram feitas em 46,3% das crianças, destaque para técnicas reexpansivas e desobstrutivas. Já 98,1% realizaram condutas motoras: mobilização passiva e ativa, alongamentos, sedestação, ortostatismo e treino de marcha. Por fim, a fisioterapia promoveu orientações a 92,6% dos responsáveis.
CONCLUSÕES: A população pediátrica mais atingida pelas queimaduras pertencia ao sexo masculino e era lactente. Houve prevalência de queimaduras de segundo grau em membros superiores e tronco anterior por escaldadura na residência. A maioria dos pacientes realizou desbridamento, troca de curativos e teve alta. A fisioterapia aplicou condutas motoras em quase todas as crianças, e respiratórias em metade.
Palavras-chave: Queimaduras. Criança. Modalidades de Fisioterapia. Reabilitação. Epidemiologia Descritiva.