Resumo
OBJETIVO: Identificar o perfil epidemiológico de crianças e adolescentes queimados internados em um hospital público de Goiânia e verificar se há relação entre a superfície corporal queimada (SQC) e a redução de amplitude de movimento (ADM), necessidade de unidade de terapia intensiva (UTI), óbito e causa da queimadura.
MÉTODO: Este é um estudo transversal, foram coletados dados retrospectivos de indivíduos entre 0 e 17 anos que tiveram queimaduras e foram internados na enfermaria ou UTI, no período de janeiro de 2015 a dezembro de 2019.
RESULTADOS: A amostra foi composta por 55 pacientes, mediana de idade de 12,25 anos, com predomínio de adolescentes (72,7%) do sexo masculino (65,5%). As principais causas de queimaduras foram líquidos inflamáveis (32,7%), chamas diretas (29,1%) e escaldaduras (21,8%). As escaldaduras foram identificadas como o principal agente causal das queimaduras nas crianças, e os líquidos inflamáveis nos adolescentes (p<0,01). Houve prevalência de queimaduras de 2° grau (85,5%), 54,6% dos pacientes tiveram a SQC >20%, sendo os membros superiores (78,2%) e inferiores (61,8%) as regiões corporais mais acometidas, 40% precisaram de UTI e 29,1% necessitaram de ventilação mecânica (VM). A taxa de óbito foi de 5,5%. Desbridamento (89,1%) e enxertia (41,8%) foram os procedimentos cirúrgicos mais realizados. A maior SQC associou-se com a redução da ADM, necessidade de UTI e óbito (p<0,05).
CONCLUSÃO: As crianças de menor idade apresentaram queimaduras por escaldadura e os adolescentes foram mais propensos a se queimarem por líquido inflamável. A SQC associou-se com a redução da ADM, necessidade de UTI e óbito.
Palavras-chave: Queimaduras. Epidemiologia. Criança. Adolescente. Cuidados Críticos.