178
Visualizações
Acesso aberto Revisado por pares
Artigo Original

Efeitos da biomembrana de látex natural (Hevea brasiliensis) em pele de ratos Wistar submetidos à lesão térmica corporal por escaldamento

Effects of the natural latex biomembrane(Hevea brasiliensis) in Wistar rat skin submitted to body thermal injury by scalding

Regina de Sousa Bolina-Matos1; Paulo Henrique de Matos Alves2; Rose Eli Grassi Rici1; Phelipe Oliveira Favaron1; Edson Aparecido Liberti2

RESUMO

OBJETIVO: As implicaçoes cosméticas para o tratamento de queimaduras têm levado à busca de estratégias farmacêuticas que otimizem em tempo e qualidade o processo de reparaçao do tecido comprometido. Nesse sentido, a proposta deste estudo foi investigar os efeitos da biomembrana de látex natural (Hevea brasiliensis) em pele de ratos com lesao térmica por escaldamento.
MÉTODO: No total,18 ratos Wistar foram divididos em três grupos (GI, controle; GII, com lesao térmica sem tratamento; e GIII, tratado com biomembrana de látex natural). Os animais foram eutanasiados no período de 4 e 14 dias pós-lesao. Amostras coletadas do tegumento dorsal de todos os animais foram analisadas por microscopia de luz e eletrônica de varredura, histomorfometria e estereologia para quantificaçao da densidade de volume das fibras elásticas, do tecido de granulaçao e do colágeno ali presente.
RESULTADOS: Os resultados macro e microscópicos demonstraram que o grupo III apresentou melhor cicatrizaçao comparada ao grupo GII. Foi observado que as fibras colágenas e elásticas, embora estivessem com densidade de volume menor no grupo III, apresentaram-se em uma rede organizada, assim como notou-se a incidência de folículos pilosos, novos vasos sanguíneos e aumento do tecido de granulaçao.
CONCLUSAO: Os dados permitiram concluir que a biomembrana de látex natural favoreceu a cicatrizaçao em áreas queimadas e a neoangiogênese, sugerindo que o biomaterial utilizado é um recurso terapêutico promissor para a cicatrizaçao da pele.

Palavras-chave: Pele. Queimaduras. Membranas Artificiais. Cicatrização. Colágeno. Látex.

ABSTRACT

PURPOSE: The cosmetic implications for burn treatment, has led to the search of pharmaceutical strategies that optimize in time and quality the repair process of the affected tissue. Due this fact, the purpose of this study was to investigate the effects of natural latex biomembrane (Hevea brasiliensis) in the skin of rats with body thermal injury by scalding.
METHOD: Totally, 18 Wistar rats were allocated into three groups (GI, control; GII, scalded without treatment; and GIII, treated with natural latex biomembrane). Individuals were euthanized at 4 and 14 days post-burn. Then, samples of the dorsal region of all animals were assessed by means of light and scanning electron microscopy, histomorphometry and stereology to quantify the volume density of elastic fibers, granulation tissue and collagen fibers inside it.
RESULTS: According to the gross and microscopic results, the group III showed better healing compared to GII. Although the collagen and elastic fibers had lower volume density in the group III, they were organized in a network of fibers. In addition, were observed hair follicles, blood vessels, and increase of granulation tissue.
CONCLUSION: According to the results, the natural latex biomembrane helped the healing and neoangiogenesis in burned areas, suggesting that the biomaterial is a promising therapeutic tool for healing the skin.

Keywords: Skin. Burns. Membranes, Artificial. Healing. Collagen. Latex.

INTRODUÇAO

As queimaduras estao entre as condiçoes mais graves encontradas na Medicina, sendo um problema que atinge todos os grupos etários e classes sociais, com variaçoes na extensao, profundidade e etiologia1-3. Dados da incidência de queimaduras de pele no mundo sao raros e pouco precisos, devido às muitas variaçoes relacionadas à extensao, grau e busca de serviços hospitalares. No Brasil, anualmente cerca de 2 milhoes de pessoas sofrem queimaduras, o que representa um gasto anual de R$ 55 milhoes para o SUS (Sistema Unico de Saúde). Destes, 100.000 pacientes procuram atendimento hospitalar e cerca de 2.500 falecem direta ou indiretamente por conta das lesoes. Estima-se que cerca de 50% de todas as vítimas de queimaduras sao crianças e, destas, cerca de 70% de todas as mortes poderiam ser evitadas4.

Uma característica marcante da lesao térmica é a ampla destruiçao de tecidos, levando à ativaçao de processos catabólicos pelo organismo, a fim de reparar a área afetada. A resposta hipermetabólica para o trauma, causado por queimadura grave e sepse, está associada ao aumento da energia consumida e ao substrato energético liberado das reservas de proteína e gordura do organismo5. O desenvolvimento de um edema e um progressivo dano vascular sao características de ferimentos por queimaduras.

O processo de reparaçao tecidual compreende dois mecanismos: a regeneraçao e a cicatrizaçao. A regeneraçao ocorre com reposiçao tecidual. As células epidérmicas, das margens da ferida e das invaginaçoes epidérmicas dos folículos pilosos e glândulas sudoríparas e sebáceas começam a proliferar e migrar no leito da ferida, ocluindo rapidamente sua superfície6. A cicatrizaçao visa à restauraçao dos tecidos lesados, e é composta de uma série de estágios complexos, interdependentes e simultâneos, incluindo fases de inflamaçao, proliferaçao, formaçao de tecido conjuntivo, contraçao e, finalmente, de remodelaçao7,8.

Diferentes produtos têm sido utilizados na tentativa de melhorar o processo de reparaçao tecidual e as condiçoes de cicatrizaçao. Dentre eles, o látex natural de seringueira (Hevea brasiliensis) vem sendo utilizado para diferentes propósitos, tais como: reconstruçao de defeitos experimentais como substituto ou promotor da formaçao de órgaos e tecidos9, substituiçao parcial de pericárdio10, tratamento de úlceras flebopáticas11, arterioplastia experimental12, meringoplastia13, epitelizaçao e renovaçao da cavidade mastóidea14 e indutor da cicatrizaçao conjuntival15.

Uma vez que a literatura tem mostrado que o látex natural da seringueiras e comporta induzindo a formaçao de uma base de tecido conjuntivo-fibroso16,17, estando suas propriedades relacionadas à presença de um possível fator de crescimento na sua composiçao, o qual atuaria promovendo a neovascularizaçao, adesao celular e formaçao de matriz extracelular11,13, a proposta deste estudo foi investigar os efeitos quanto ao uso de biomembrana obtida a partir deste biopolímero, confeccionada pela extraçao de látex vegetal oriundos da árvore da borracha, Hevea brasiliensis, em ratos submetidos à lesao térmica corporal por escaldamento (LTE).


MÉTODO

Animais e realizaçao da lesao térmica


Foram utilizados 18 ratos Wistar, machos, com 2 meses de idade e peso variando de 200-300g. Os animais foram mantidos individualmente, em gaiolas metabólicas do biotério do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB III) da Universidade de Sao Paulo (USP). O protocolo foi aprovado pela Comissao de Bioéticada Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP, sob nº 1451/2008 e Comissao de Ética em Experimentaçao Animal do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, sob nº 014/03.

Após o período de adaptaçao, os animais foram divididos em três grupos (GI, controle, n = 6; GII, com lesao térmica sem tratamento, n = 6; e GIII, com lesao térmica tratada com biomembrana de látex natural - BLN, n = 6), sendo que trêsanimais foram eutanasiados no período de 4 dias pós-lesao térmica e três animais após 14 dias da lesao térmica.

Os animais foram previamente anestesiados, por via intraperitoneal, com Cloridrato de Tiletamina e Cloridrato de Zolazepan em dose de 1 mL/Kg. Após serem pesados, foi realizada a tricotomia dorsal de todos os animais. Entao, os animais dos grupos II e III foram colocados em calha, permitindo a exposiçao do dorso em água a 87ºC por 10 segundos. O tempo de exposiçao para a LTE foi calculado de acordo com a massa corporal dos animais (18% da área corporal = 10. W2/3, onde W = massa corporal - correspondente a uma área retangular de aproximadamente 26 cm2)18.

Após a lesao térmica, o grupo III foi tratado com a biomembrana de látex natural. O biopolímero (BLN) foi colocado em toda lesao e fixado com sutura simples. Os animais receberam por via subcutânea Morfina (2,0mg/Kg) e opioide a cada 6 horas, durante 3 dias consecutivos e uma vez ao dia Flunixin-Meglumine (2,5 mg/kg) via oral durante o mesmo período. As lesoes térmicas tratadas e nao tratadas foram fotodocumentadas (Sony MVCCD500).

Nos dois períodos determinados (4 e 14 dias), os animais foram pesados e em seguida eutanasiados em câmara de dióxido de carbono. Após a eutanásia, amostras do tegumento dorsal foram retiradas com uma margem de 1cm de tecido normal preservando as quatro camadas: epiderme, derme, hipoderme e camada muscular - panniculus carnosus, para posterior processamento de microscopia de luz e eletrônica de varredura.

Microscopia de luz e eletrônica de varredura (MEV)

Para microscopia de luz, os cortes foram realizados em criostato (25ºC), com espessura de 10µm e armazenados em freezer -20ºC. Utilizou-se a coloraçaode hematoxilina-eosina para avaliar os aspectos gerais do tegumento e do tecido de granulaçao. Para avaliaçao das fibras colágenas, os cortes foram coradas pelo método de Picro-sirius e analisados sob luz polarizada para tipificaçao e quantificaçao das fibras colágenas presentes no tecido de granulaçao. Para as fibras elásticas maduras, as secçoes foram coradas com Verhoeff. As lâminas foram analisadas e fotografadas em microscópio de luz Olympus BX40 microscope (Zeiss KS400 image analysis system 3.4; Carl Zeiss vision, Munich, Germany).

Para as análises de MEV, as amostras foram fixadas em soluçao de Karnovsky por um período de 48 horas a 4ºC. Posteriormente, foram lavadas em água destilada e pós-fixadas em soluçao aquosa de tetróxido de ósmio a 1% por 2 horas, desidratadas em série crescente de etanol (de 70% a 100%). Após seco em aparelho de ponto crítico BALZERS CPD20, as amostras foram montadas em bases metálicas, metalizadas com ouro e analisadas em microscópio eletrônico de varredura (LEO VP435; Carl-Zeiss, Oberkochen, Germany).

Histomorfometria e Estereologia

Em todos os grupos, foram avaliadas as espessuras totais das camadas do tegumento, da derme e do tecido de granulaçao, utilizando-se o sistema de imagem computadorizada com objetiva de 5x. Foram realizadas, aleatoriamente, cinco medidas em cinco secçoes diferentes apresentadas em micrômetros (µm).O estudo da espessura total engloba todo o processo inflamatório da área lesada até a aponeurose profunda da musculatura esquelética dorsal (panniculus carnosus).

A densidade de volume (Vv) do sistema elástico e do colágeno presente no tecido de granulaçao foi determinada em oito amostras de cada animal, correspondentes a todos os grupos, de modo que as secçoes obtidas em cada amostra foram distribuídas seriadamente nas diferentes lâminas19.

Análise estatística

A análise estatística foi realizada com o auxílio do software estatístico Minitab. Utilizou-se o teste oneway ANOVA seguido por comparaçoes múltiplas pelo método de Tukey. O teste t-Student foi usado para determinar estatisticamente a significância entre os GII-14 e GIII-14 relacionados ao tecido de granulaçao. O nível de significância adotado para todos os testes foi de 5%, os valores foram considerados como significativos quando a probabilidade e índice de significância (p) foram menores que 0,05 (p<0,05).


RESULTADOS

Características macroscópicas


Imediatamente após a realizaçao da lesao térmica, a área do tegumento correspondente apresentou-se elevada, esbranquiçada e circundada por uma zona hiperêmica. As Figuras 1A, 1G, 1D e 1J ilustram, respectivamente, as características das superfícies externa e profunda da pele dos animais do grupo controle (G1) com 4 e 14 dias.


Figura 1 - Características macroscópicas das superfícies externa e profunda do tegumento. (A, D, G e J): Controle. Notar no grupo II a formaçao de um tecido escuro, espesso e ressecado que manteve-se do 4º ao 14º dia, assim como a baixa incidência de pelos na superfície externa (B e H). No grupo tratado com a biomembrana de látex natural, entre o 4º e 14º dia a superfície externa apresentou-se amarelo-esbranquiçada e umedecida (C e I). Na superfície profunda, há um aspecto róseo intenso nos animais dos grupos II (E e K) e III (F e L). Especialmente no grupo tratado com a biomembrana após 14 dias (L), há uma coloraçao avermelhada da regiao, devido ao aumento da vascularizaçao.



As análises realizadas com 4 dias após a lesao térmica permitiram observar a formaçao de um tecido espesso, escuro e com poucos pelos na superfície externa do tegumento nos animais do GII (Figura 1B). Por outro lado, no GIII observou-se uma superfície amarelada, umedecida e maleável (Figura 1C). Ao analisar a face profunda da pele notou-se em ambos os grupos analisados uma acentuada coloraçao rosada (Figuras 1E e 1F).

Após 14 dias, notou-se que o tecido formado no local da lesao térmica dos animais do GII continuava espesso e com coloraçao avermelhada, com tendência a desprendimento (Figura 1H). No grupo GIII, ficou evidente uma superfície amarelada, intumescida, úmida e com total ausência de revestimento piloso (Figura 1I). Na face profunda desses grupos, observou-se uma coloraçao intensamente avermelhada sugestiva de intensa irrigaçao local, principalmente em GIII (Figuras 1K e L).

Características microscópicas

A epiderme no grupo controle, tanto com 4 quanto com14 dias de experimento, apresentou-se composta de quatro camadas. Assim, a camada córnea queratinizada exibiu uma considerável espessura, quando comparada à camada granulosa, delgada e constituída por, no máximo, dois estratos celulares. Subjacente, evidenciou-se a camada espinhosa composta por aproximadamente quatro estratos de células pavimentosas e a camada basal com apenas um estrato celular. Na regiao da epiderme, foram detectados espaços (fendas) entre as fibras do tecido conjuntivo denso nao modelado (Figuras 2A e B). A membrana basal apresentou-se delicada limitando inferiormente a epiderme e superiormente a derme. Ainda com relaçao a esse grupo, como característica dessa regiao, notou-se a presença de folículos pilosos e glândulas sebáceas com citoplasma claro e vacuolizado, porém, consideravelmente volumoso (Figura 2A).


Figura 2 - Microscopia de luz e eletrônica de varredura (MEV) da derme dos animais dos grupos I (A-C), II (D-G) e III (H-K). No grupo controle (GI), notar a característica dos folículos pilosos (fp), glândulas sebáceas (gs),camada córnea (cc), camada granulosa (cg), camada espinhosa (*), camada muscular (cm), epiderme (ep) e vasos sanguíneos (vs). No grupo II (4º dia) (D), notam-se folículos pilosos (fp) e glândulas sebáceas (gs) alterados, bem como tecido conjuntivo desorganizado (tc). No 14º dia (E-G), nota-se tecido de granulaçao com aspecto compacto (seta). Amostras do grupo III com 4 dias (H) apresentam folículos pilosos (fp) também desorganizados, porém mais semelhantes ao GI, assim como as glândulas (gs). No 14º dia (I-K), há uma tendência à reorganizaçao tecidual da derme, bem como evidencia-se colágeno no tecido de granulaçao (seta) e, sob a MEV, vasos sanguíneos estavam dispersos (setas) entre as fibras colágenas.



Na MEV, tanto a disposiçao e a organizaçao do colágeno, bem como a vascularizaçao, puderam ser avaliados. Relativamente ao aspecto celular da epiderme e a sua sintopia com a camada subjacente muscular, notou-se que as fibras orientavam-se longitudinalmente, bem como a presença de vasos sanguíneos (Figura 2C). As fibras elásticas foram detectadas em grande quantidade na regiao subepidérmica, orientadas em diferentes direçoes no terço profundo da derme. Essas fibras exibiram menor densidadee estavam dispersas pelo tecido colágeno espesso. No entorno do bulbo dos folículos pilosos e entre estes, verdadeira rede de fibras elásticas foi detectada, orientadas em várias direçoes (Figuras 3A e B).


Figura 3 - Histologia da derme dos animais analisados com 4 e 14 dias do grupo I (A,B, respectivamente), grupo II (C, D, respectivamente) e grupo III (E e F, respectivamente) coradas pela técnica de Verhoeff. Nos animais do grupo I, as fibras elásticas formam uma rede no terço superficial da derme, encontrando-se dispersas entre o tecido colágeno do terço profundo da derme. No grupo II, nota-se adensamento das fibras elásticas no terço médio da derme. Nos animais tratados com membrana de látex natural, há proliferaçao do tecido elástico em meio ao tecido conjuntivo, principalmente no terço profundo da derme.



Nos animais do GII, com 4 dias após a lesao térmica, observouse o terço superficial da derme, a estrutura dos folículos pilosos como o aspecto celular das glândulas sebáceas desorganizadas (Figuras 2D e E). Sob MEV, confirmou-se o aspecto desorganizado e compacto dos tecidos (Figuras 2F e G). Houve adensamento das fibras elásticas no terço médio da derme. Os espaços anteriormente observados entre as fibras do tecido conjuntivo denso nao modelado, nos animais do grupo I, encontravam-se no GII preenchidos por uma aparente fusao das fibras colágenas, sugerindo desnaturaçao proteica (Figura 3C). Nessa fase, ainda nao foi possível detectar a presença de tecido de granulaçao. No entanto, aos 14 dias pós-lesao foi facilmente identificado na regiao do terço médio da derme um tecido relativamente espesso de coloraçao mais clara que o restante da derme, de aspecto granuloso, totalmente celular, desprovido de fibras elásticas e/ou colágenas, folículos pilosos e glândulas sebáceas. As fibras elásticas mostraram-se mais espessas, porém, mais esparsas, sem o aspecto nítido de uma camada elástica típica, como observado no 4º dia (Figura 3D).

No GIII, com 4 dias notou-se a preservaçao do terço superficial da derme, com formaçao de pequena quantidade de tecido de granulaçao (Figuras 2H e I). Sob a MEV, foi possível observar maior vascularizaçao e um arranjo colágeno mais frouxo e melhor organizado nos terços superficial e médio da derme, quando comparados aos animais do GII (Figura 2J). Tais aspectos foram mais evidentes no 14º dia, notandose um tecido de granulaçao bem desenvolvido, mais maduro, constituído por uma malha pantográfica de tecido conjuntivo frouxo, infiltrada por vasos sanguíneos e presença de colágeno neoformado (Figura 2K). Com relaçao ao sistema elástico, verificou-se um tecido com aspecto mais celular, com fibras entremeadas ao tecido colágeno assemelhando-se ao encontrado nos animais do grupo I (Figura 3E). Com 14 dias, foi nítida a invasao do tecido colágeno no tecido de granulaçao e, eventualmente, presença de glândulas sebáceas e folículos pilosos. Nessa fase, ocorreu uma tendência à organizaçao da regiao subepidérmica (Figura 2I). Relativamente às fibras elásticas, sua densidade foi maior do que aquela encontrada nas amostras de 4 dias, sugestivo de intensa proliferaçao desse tecido nessa fase (Figura 3F).

A tipificaçao das fibras colágenas através da luz polarizada permitiu verificar que tanto no terço superficial quanto no terço profundo da derme do GI houve equilíbrio entre a distribuiçao das fibras colágenas dos tipos I (amarela, laranja ou vermelha) e III (verde) (Figuras 4A e B). No GII com 4 e 14 dias, notou-se um aumento considerável das fibras colágenas do tipo I, principalmente no terço superficial da derme (Figuras 4C e D). No GIII, ocorreu um predomínio das fibras do tipo I nas amostras de 4 dias e, muito embora tenha sido detectada uma proliferaçao das fibras do tipo III no 14º dia, seu aspecto nao foi compatível com o verificado no grupo controle (Figuras 4E e F).


Figura 4 - Imagens da derme dos animais analisados com 4 e 14 dias do grupo I (A,B, respectivamente), II (C,D, respectivamente) e III (E,F, respectivamente) coradas pelo Picro-sirius. Nos animais controle (GI), nota-se um equilíbrio entre as fibras colágenas dos tipos I e III, sendo (A) o terço superficial da derme e (B) o terço profundo. Nas amostras do grupo II, há predomínio das fibras colágenas tipo I, principalmente no terço superficial da derme (C). Os animais tratados com a biomembrana de látex natural (GIII) exibiram ligeiro predomínio de fibras colágenas do tipo I, tanto no terço superficial (E) quanto no terço profundo da derme (F).



Análise Quantitativa

Os diferentes parâmetros determinados na presente pesquisa estao expressos na Tabela 1. Desta forma, durante o período experimental, todos os animais ganharam peso. Do mesmo modo, observou-se que a massa final dos animais, nos três grupos, foi maior que a inicial. Observou-se, ainda, que com 4 dias, a variaçao de peso entre os grupos foi visivelmente diferente, enquanto no 14º dia notou-se uma tendência ao equilíbrio de peso entre os grupos.




Na análise histomorfométrica, notou-se aumento da espessura da derme no GIII com 4 dias de lesao, quando comparada ao GI no mesmo período de avaliaçao. Os animais do GII nao apresentaram diferenças estatísticas significativas em relaçao aos animais do GI e GIII. Da mesma maneira, no 14º dia, a espessura da derme foi maior nos animais do GIII quando comparado aos GI e GII.

Quanto à espessura total do tegumento, essa foi maior nos animais do GIII com 4 dias, quando comparada ao GI no mesmo período. Apesar da espessura total do tegumento no GII ter sido semelhante ao GIII, estatisticamente nao houve diferenças significativas. O mesmo foi observado na avaliaçao do 14º dia.

O tecido de granulaçao somente foi evidenciado nos animais do GII e GIII com 14 dias de lesao térmica, sendo sua espessura maior no GIII quando comparado ao GII.

Quanto à quantificaçao esteriológica, os resultados mostraram que a Vv das fibras elásticas foi maior nos animais do GII em relaçao ao grupo III no 4º dia, nao havendo diferenças significativas quando comparada a densidade obtida com o grupo I.

Conforme observado na histomorfometria, igualmente verificou-se aumento do Vv do tecido de granulaçao nos animais do GIII em relaçao ao GII no 14º dia de lesao.

Nao foram realizadas comparaçoes estatísticas entre o Vv do colágeno presente no tecido de granulaçao do GII e GIII no 14º dia, uma vez que nao foram encontradas neoformaçoes colágenas nos animais do GII.


DISCUSSAO

As lesoes térmicas, popularmente chamadas de queimaduras, provocam um tipo de lesao de origem física, através do calor, resultando em ablaçao com desnudamento da epiderme e exposiçao da derme, além de desnaturaçao proteica com necrose de coagulaçao do colágeno dérmico. Estas lesoes determinam o desencadeamento dos mecanismos de reaçao inflamatória, sendo os primeiros sinais a congestao, manifestada pelo eritema, e edema dos tecidos lesados20.

Pesquisas realizadas com animais de experimentaçao mostram que lesoes térmicas em diferentes regioes corpóreas respondem de maneira diferente, tanto do ponto de vista patológico quanto fisiológico21. No presente estudo, padronizou-se a realizaçao de uma lesao térmica apenas na regiao dorsal do animal, a fim de realizar uma análise comparativa das alteraçoes que ocorrem, tanto na superfície externa, submetidos ou nao ao tratamento com biomembrana de látex natural.

Por meio dos resultados, verificou-se que o protocolo utilizado para LTE comprometeu toda a epiderme, a derme papilar e o terço superior e médio da derme reticular. O tempo e a temperatura de eleiçao (10 segundos; 85ºC) promoveram alteraçoes graves nessas regioes, caracterizando uma queimadura de segundo grau, com reparaçao tecidual do tipo crônico e extensao do dano considerado como "ferida com perda parcial"22.

Clinicamente, a aparência imediata do ferimento de queimadura pode fornecer um indicativo da profundidade da lesao. Assim, uma área pós-escaldamento rosada é indicativo de um ferimento mais superficial; por outro lado, um ferimento cuja área mostrase esbranquiçada, mas nao empalidecida, indica uma lesao mais profunda23. No caso do modelo aqui utilizado, este último aspecto foi observado quando, imediatamente após a LTE, a área em questao apresentou-se elevada e esbranquiçada, circundada por uma zona hiperêmica, reforçando ainda mais a hipótese da formaçao de um ferimento de segundo grau. Diversos eventos sao notados imediatamente após a LTE, tais como uma vasoconstriçao por 5 (cinco) a 10 minutos, retraçao e perda de conexoes das células endoteliais, e aumento da permeabilidade vascular (permitindo a passagem, para a ferida, de plasma, eritrócitos e leucócitos)6.

No presente estudo, a área lesada dos animais do GII que, do segundo ao quarto dia, exibiu um aumento progressivo de flictenas com eliminaçao de uma secreçao levemente viscosa corrobora com a afirmaçao de que elementos sanguíneos extravasam para a ferida. A medida que as camadas mais superficiais da epiderme sao eliminadas, restauram-se as camadas mais profundas por divisao celular20,24,25. Tais características foram aqui verificadas por meio das análises por MEV, detectando-se uma descamaçao da camada mais superficial da epiderme (córnea), corroborando com as descriçoes dos autores mencionados anteriormente, os quais descrevem a contínua renovaçao da epiderme, à medida que as células superficiais esfacelam em flocos.

A junçao entre a epiderme e a derme é irregular. As papilas dérmicas que se encaixam em reentrâncias da epiderme (cristas epidérmicas) possuem funçao de aumentar a coesao entre ambas26. Tais características nao foram verificadas nitidamente na pele do rato. Além disso, a profundidade da LTE lesou gravemente o terço superficial da derme nos animais do GII, exibindo um tecido com aparência necrótica, como descrito na literatura22.

Histologicamente, a derme de roedores é constituída por tecido conjuntivo denso formado por fibras colágenas dos tipos I e III e pequena quantidade de fibras elásticas24. Apresenta, ainda, um estrato superficial (camada papilar) e outro profundo (camada reticular), onde nao se observa, nesses animais, uma divisao clara entre ambas, por meio de métodos histológicos convencionais. Nossos resultados mostraram uma reorganizaçao da derme muito mais rápida e melhor nos animais tratados com a biomembrana de látex natural, quando comparados aos animais do GII. A histomorfometria e estereologia levaram a uma avaliaçao positiva acerca da maior espessura do tecido de granulaçao no GIII (após 14 dias), por apresentar maior densidade de vasos neoformados e um equilíbrio entre as fibras colágenas dos tipos I e III, aspectos estes semelhantes ao verificado nos animais controle, assim como aos efeitos terapêuticos descritos com o uso dessa membrana6,26.

Nos animais do GIII (após 14 dias), o tecido de granulaçao mostrou-se mais basófilo, sendo facilmente distinguido dos demais tecidos da derme, inclusive por apresentar uma aparência mais celular, conforme descrito no modelo suíno com queimadura hipertrófica22. Por volta do segundo ou terceiro dia pós-LTE, ocorre uma reparaçao do tecido conjuntivo, com a migraçao e divisao das células endoteliais e a formaçao do tecido de granulaçao constituído por colágeno, fibronectina e ácido hialurônico, com densa infiltraçao de macrófagos, células endoteliais capilares e, principalmente, fibroblastos. As primeiras fibras de colágeno produzidas pelos fibroblastos surgem após quatro a cinco dias e o espaço da ferida é preenchido rapidamente por pequenos feixes orientados ao acaso, que aumentam gradativamente, dando origem a uma estrutura densa e consistente, que une firmemente os tecidos lesados27, de modo que, no décimo dia pós-lesao já se apresenta metade do número total de células.

Dois ou três dias após o ferimento, continuando nas próximas duas a três semanas, diferencia-se no tecido de granulaçao os miofibroblastos, os quais apresentam capacidade contrátil, reduzindo a área cruenta da lesao facilitando a epitelizaçao28. Por meio da MEV, principalmente nos animais do GIII (após 14 dias), observou-se uma neovascularizaçao acentuada, bem como proliferaçao de tecido colágeno, com predomínio e aumento da espessura da área tratada, corroborando com os dados da literatura acerca dos processos de reepitelizaçao com relaçao à utilizaçao da biomembrana de látex natural.

Os resultados mostraram, ainda, que a LTE provocou uma interrupçao do crescimento dos folículos pilosos, com atrofia folicular e alopecia. Interessante é que, apesar da LTE ter alterado o crescimento dos folículos pilosos, os animais do GIII, tiveram discreta retomada do crescimento folicular, o que pode ter sido uma resposta ao tratamento realizado com a biomembrana de látex natural, provocando maturaçao mais rápida do tecido conjuntivo e, assim, estimulando o crescimento folicular.

Em estudo com a técnica de Picro-sirius sob luz polarizada, sobre o efeito radioprotetor do selenito de sódio no processo de reparaçao tecidual em ratos29, verificou-se, após o 14º dia, processos de remodelaçao dasestruturas de epiderme e derme mostrando fibras de colágeno em fase de reorganizaçao e aparente neoformaçao de vasos sanguíneos, características importantes para a cicatrizaçao de feridas. Outro estudo com a mesma técnica avaliando a morfologia e histoquímica da pele de ratas hipotireóideas castradas e nao castradas, mostrou, claramente, as alteraçoes do colágeno em razao da LTE. Houve diminuiçao, desarranjo e até mesmo o desaparecimento de determinados tipos de colágeno, o que comprova a inibiçao da síntese, maturaçao e renovaçao do mesmo devido às alteraçoes hormonais provocadas pela queimadura24.

Os dados apresentados demonstraram que na regiao da derme papilar dos animais do GI, as fibras colágenas seguem paralelas à superfície epitelial. Em todas as regioes da derme reticular, foram verificadas fibras colágenas mais espessas (tipo I) orientadas em todos os ângulos e entrelaçadas em um arranjo tridimensional. Na derme dos animais do GI, as fibras colágenas preencheram quase toda a matriz extracelular de forma bastante homogênea, cedendo espaço apenas para os folículos pilosos e glândulas sebáceas. Nos animais do GII, estas fibras estavam estruturalmente alteradas, compactadas e mais delgadas. Os aspectos referentes ao tecido colágeno, principalmente no GIII (após14 dias), onde houve um espessamento da derme papilar e reticular superficial, se deve à neoformaçao colágena, corroborando com as descriçoes relativas ao processo dereparaçao tecidual e amadurecimento do colágeno, o qual é responsável pelo espessamento das áreas lesadas no período de cicatrizaçao20,30.

Nos animais do GII e GIII após14 dias, verificou-se aumento do espessamento do tegumento, porém, este mostrou-se mais acentuado nos animais tratados com a biomembrana de látex natural. Especificamente neste grupo, observou-se aumento de fibras colágenas do tipo III, sugerindo maturaçao do tecido de granulaçao e intensa produçao de colágeno. Contrariamente, nos animais do GII, embora a pele tenha se espessado, na regiao correspondente ao tecido de granulaçao, as fibras colágenas estavam praticamente ausentes. A área superficial de colágeno coagulado presente nas lesoes é mais endurecida, de difícil fixaçao, processamento e corte, inviabilizando, por vezes, alguns preparos histológicos20, fato este também observado durante a preparaçao das amostras aqui estudadas.

Os resultados mostraram ainda uma homogeneizaçao do colágeno da derme reticular superficial e perda da sua afinidade tintorial à hematoxilina e eosina, bem como em outros corantes, assim como reportado na literatura analisada20. O colágeno, por ser o tipo mais abundante de proteína do organismo, representando 30% do seu peso seco, certamente sofre com lesoes físicas provocadas pelo calor. Desta forma, principalmente na derme dos animais queimados, estas fibras apresentaram-se com aspecto fundido e compactado, provavelmente devido à desnaturaçao proteica que estas fibras sofreram devido à LTE, corroborando com estudos anteriores29.

Os animais do GIII apresentaram padrao semelhante em relaçao ao surgimento da birrefringência dos tecidos, indicando que o tecido nesses animais atingiu maturaçao e orientaçao macromolecular precocemente em relaçao aos animais do GII, o que permite inferir um atraso na reparaçao tecidual deste último grupo. Este fato foi anteriormente descrito em estudos com radioproteçao29. Nos animais do GII após 4 dias da lesao, as fibras elásticas adensaram-se no terço médio da derme, a ponto de ser possível considerar a formaçao de uma verdadeira camada constituída por essas fibras. Com o aumento da temperatura, tanto as fibras colágenas como as fibras elásticas se deterioram. Todavia, o importante a ser ressaltado é que, com a utilizaçao da biomembrana de látex natural, ficou evidente a regeneraçao do tecido colágeno e do sistema de fibras elásticas, que se mostraram mais celular no quarto dia e quase completamente regenerado no décimo quarto dia, assemelhando-se ao final do período analisado à estrutura da pele dos animais controle.



REFERENCIAS

1. Moreira SS, Macedo AC, Nunes BB, Brasileiro FF, Guarizzo J, Gozzano R, et al. Implantaçao de nova tecnologia para otimizaçao do atendimento em ambulatório de queimados, sem adiçao de custos. Rev Bras Queimaduras. 2013;12(2):87-102.

2. Hettiaratchy S, Dziewulski P. ABC of burns. Introduction. BMJ. 2004;328(7452):1366-8.

3. Costa DM, Abrantes MM, Lamounier JA, Lemos ATO. Estudo descritivo de queimaduras em crianças e adolescentes. J. Pediatr (Rio de J). 1999;75(3):181-6.

4. Oliveira KC, Penha CM, Macedo JM. Perfil epidemiológico de crianças vítimas de queimaduras. Arq Med ABC. 2007;32(supl. 2):S55-8.

5. Oliveira F. Características histoquímicas das fibras musculares do músculo gastrocnêmico de ratos Wistar desnutridos submetidos à lesao térmica por escaldamento [Tese dedoutorado]. Sao Paulo: Universidade de Sao Paulo. Instituto de Ciências Biomédicas; 2006. 140p.

6. Abla LEF, Ishizuka MMA. Fisiopatologia das Feridas. In: Ferreira LM. Manual de cirurgia plástica. Sao Paulo: Atheneu; 1995. p.5-11.

7. Thomas DW, O'Neill ID, Harding KG, Shepherd JP. Cutaneous wound healing: a current perspective. J Oral Maxillofac Surg. 1995;53(4):442-7.

8. Cesaretti IUR. Processo fisiológico de cicatrizaçao da ferida. Pelle Sana. 1998;2:10-2.

9. Mrué F. Neoformaçao tecidual induzida por biomembrana de látex natural com polilisina. Aplicabilidade em neoformaçao esofágica e da parede abdominal. Estudo experimental em caes [Tese doutorado]. Ribeirao Preto: Universidade de Sao Paulo; 2000. 112p.

10. Sader SL, Coutinho Netto J, Barbieri Neto J, Mazzetto AS, Alves Junior P, Vanni JC, et al. Substituiçao parcial do pericárdio de caes por membrana de látex natural. Rev Bras Cir Cardiovasc. 2000;15(4):338-44.

11. Frade MA, Valverde RV, de Assis RV, Coutinho-Netto J, Foss NT. Chronic phlebopathic cutaneous ulcer: a therapeutic proposal. Int J Dermatol. 2001;40(3):238-40.

12. Freitas MAS. Avaliaçao da prótese de látex natural como remendo em arterioplastias femorais. Estudo experimental em caes [Tese doutorado]. Ribeirao Preto: Universidade de Sao Paulo. Faculdade de Medicina; 2001. 90p.

13. Oliveira JAA, Hyppolito MA, Coutinho-Netto J, Mrué F. Miringoplastia com a utilizaçao de um novo material biossintético. Rev Bras Otorrinolaringol. 2003;69(5):649-55.

14. Alves de Sousa LC, Ribeiro de Toledo Piza M, Coutinho-Netto J, Ruiz DB, Schmidt VB. Latex biomembrane: a new method to coat the open cavity in tympanomastoidectomies. Braz J Otorhinolaryngol. 2007;73(3):331-6.

15. Pinho ECCM, Sousa SJF, Schaud F, Lachat JJ, Coutinho-Neto J. Experimental use of latex biomembrane in conjunctival reconstruction. Arq Bras Oftalmol. 2004;67(1):27-32.

16. Azôr AF. Tratamento de peritoniostomia com biomembrana de látex natural - Estudo experimental em coelhos [Tese doutorado]. Ribeirao Preto: Universidade de Sao Paulo. Faculdade de Medicina de Ribeirao Preto; 2004. 96p.

17. Paulo NM, Júnior JTS, Fleury LFF, Santana FJF, Oliveira LF, Lima FG, Borges AC, Theles TC. Látex de seringueira (Hevea brasiliensis) sem polilisina e tela de marlex na reconstruçao da parede abdominal de ratos. Resumos do 1º Congresso de Cirurgia da Zona da Mata Mineira. Juiz de Fora; 2004.

18. Walker HL, Mason AD Jr. A standard animal burn. J Trauma. 1968;8(6):1049-51.

19. Gundersen HJ, Jensen EB. The efficiency of systematic sampling in stereology and its prediction. J Microsc.1987;147(Pt 3):229-63.

20. de Noronha L, Chin EW, Menini CM, Knopfholz J, Rampazzo JC, Graf R. Histopathologic and morphometric evaluation of the skin abnormalities induced by erbium:YAG and carbon dioxide lasers in 10 patients. Plast Surg. 2001;108(5):1380-8.

21. Hinrichsen N, Birk-Sørensen L, Gottrup F, Hjortdal V. Wound contraction in an experimental porcine model. Scand J Plast Reconstr Surg Hand Surg. 1998;32(3):243-8.

22. Cuttle L, Kempf M, Phillips GE, Mill J, Hayes MT, Fraser JF, et al. A porcine deep dermal partial thickness burn model with hypertrophic scarring. Burns. 2006;32(7):806-20.

23. Papp A, Kiraly K, Härmä M, Lahtinen T, Uusaro A, Alhava E. The progression of burn depth in experimental burns: a histological and methodological study. Burns. 2004;30(7):684-90.

24. Ferreira E, Serakides R, Nunes VA, Gomes MG, Silva CM, Ocarino NM, Ribeiro AFC. Morfologia e histoquímica da pele de ratas hipotireóideas castradas e nao castradas. Arq Bras Med Vet Zootec. 2003;55(1):51-60.

25. Eurell JA, Frappier BL. Dellmann's textbook of veterinary histology. Ames: Blackwell Publishing; 2006.

26. Mendes Júnior ECS, Viterbo F, Rosa CS.Análise histológica e morfométrica da área cruenta tratada com membrana de silicone: estudo em ratos. Rev Assoc Med Bras. 2007;53(5):395-400.

27. Majno G. Maude Abbott Lecture--1991. The capillary then and now: an overview of capillary pathology. Mod Pathol. 1992;5(1):9-22.

28. Witte MB, Barbul A. General principles of wound healing. Surg Clin North Am. 1997;77(3):509-28.

29. Tuji FM, Almeida SM, Bóscolo FN, Manzi FR. Avaliaçao do efeito radioprotetor do selenito de sódio no processo de reparaçao tecidual em ratos. Radiol Bras. 2005;38(5):359-64.

30. Hallock GG, Rice DC. Comparison of the contact neodymium:YAG and carbon dioxide lasers for skin deepithelialization. Plast Reconstr Surg. 1993;91(6):1134-9.










1. Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de Sao Paulo, Sao Paulo, SP, Brasil
2. Instituto de Ciências Biomédicas, UniversidadedeSao Paulo, Sao Paulo, SP, Brasil

Correspondência:
Phelipe Oliveira Favaron
Av. Prof. Dr. Orlando Marques de Paiva, 87, Cidade Universitária
Sao Paulo, SP, Brasil - CEP - 05508-270
E-mail: phelipe.favaron@yahoo.com.br

Artigo recebido: 5/10/2013
Artigo aceito: 16/11/2013

Trabalho realizado na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia e no Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade de Sao Paulo, SP, Brasil.

© 2024 Todos os Direitos Reservados