Paola Maria Freitas dos Santos1; Maria Gonçalves Silva2; Fernanda Bonato Zuffi1; Raquel Pan1; Adriana Cristina Nicolussi2
DOI: 10.5935/2595-170X.20250015
RESUMO
OBJETIVO: Caracterizar o perfil de atendimentos por queimaduras e associar o sexo com o agente etiológico e o desfecho clínico em pessoas idosas atendidas em um pronto-socorro.
MÉTODO: Estudo documental, retrospectivo, envolvendo dados secundários de prontuários eletrônicos de pessoas idosas que sofreram queimaduras como causa primária, com os seguintes itens do Código Internacional das Doenças (CID): T20 a T31 e derivados, X27.8, X27.9, W35.9, no período de 01/01/2014 a 31/12/2022, atendidas em um pronto socorro de um hospital público do interior de Minas Gerais. Realizada análise descritiva e teste exato de Fisher.
RESULTADOS: De 30 prontuários eletrônicos identificados, 24 foram analisados, com idade variando de 60 a 92 anos (m=70,5 anos, DP=8,325). Predominaram pessoas idosas do sexo masculino (62,5%), o agente etiológico térmico (54,2%) e com queimaduras de segundo grau (58,3%). A parte do corpo mais atingida foram os membros superiores (33,3%). O tratamento cirúrgico mais utilizado foi a enxertia (45,8%) e a cobertura foi a sulfadiazina de prata (50,0%). Com relação ao desfecho, oito (33,3%) pacientes permaneceram internados, 12 (50,0%) óbitos foram registrados e em quatro (16,7%) prontuários não foi possível identificar o desfecho.
CONCLUSÕES: Apesar de os homens terem sido mais acometidos do que as mulheres, as associações da variável sexo com as variáveis agente etiológico e desfecho clínico não foram estatisticamente significativas. Estratégias de prevenção devem ser adotadas considerando as especificidades da pessoa idosa.
Palavras-chave: Idoso. Queimaduras. Registros Eletrônicos de Saúde. Serviço Hospitalar de Emergência.
ABSTRACT
OBJECTIVE: To characterize the profile of burn care and associate sex with the etiological agent and clinical outcome in elderly people treated at an emergency room.
METHODS: Documentary, retrospective study, involving secondary data from electronic medical records of elderly people who suffered burns as the primary cause, with the following International Disease Code (IDC) items: T20 to T31 and derivatives, X27.8, X27.9, W35.9 in the period from 01/01/2014 to 12/31/2022, treated at an emergency room of a public hospital in the interior of Minas Gerais state, Brazil. Descriptive analysis and Fisher's exact test were performed.
RESULTS: Of the 30 electronic medical records identified, 24 were analyzed, with ages ranging from 60 to 92 years (m=70.5 years, SD=8.325). Elderly males predominated (62.5%), the etiological agent was thermal (54.2%) and second-degree burns (58.3%). The most affected body part was the upper limbs (33.3%). The most commonly used surgical treatment was grafting (45.8%) and the coverage was silver sulfadiazine (50.0%). Regarding the outcome, eight (33.3%) patients remained hospitalized, 12 (50.0%) deaths were recorded and in four (16.7%) medical records it was not possible to identify the outcome.
CONCLUSIONS: Although men were more affected than women, the associations of the sex variable with the etiological agent and clinical outcome variables were not statistically significant. Prevention strategies must be adopted considering the specificities of the elderly person.
Keywords: Aged. Burns. Electronic Health Records. Emergency Service, Hospital.
INTRODUÇÃO
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até 2060 a população idosa brasileira será constituída por 58 milhões de pessoas1. A saber, idosa é toda e qualquer pessoa com idade igual ou superior a 60 anos2.
Diferentes alterações acontecem no organismo no decorrer do envelhecimento e, além de alterações fisiológicas, também têm ocorrido mudanças sociais, visto que muitos idosos têm um envelhecimento ativo, inclusive morando sozinhos, enquanto outros mais dependentes necessitam de familiares e/ou cuidadores; tais adaptações no seu ambiente e cotidiano podem levar a pessoa idosa a tornar-se mais suscetível aos acidentes3, dentre eles, as queimaduras.
As queimaduras podem ser caracterizadas por danos totais ou parciais à pele e a outros tecidos mais profundos, como músculos e tendões, podem ser causadas por agentes relacionados ao calor, eletricidade, radioatividade ou contato com substâncias químicas, e ocorrem principalmente em casa4.
O envelhecimento gera alterações fisiológicas que podem influenciar no trauma térmico, assim, as queimaduras podem ocasionar riscos à saúde da pessoa idosa5. Este tipo de acidente é uma das principais causas de morbimortalidade no mundo, devido às alterações fisiológicas e declínio do estado funcional com a idade6, além de ser um problema de saúde pública5,7. Porém, as mortes simbolizam apenas uma parte do problema, visto que a incapacidade e a desfiguração corporal causada pelas queimaduras comprometem o bem-estar geral e a qualidade de vida da pessoa afetada8.
Segundo o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS)9, a taxa de mortalidade por queimadura para os homens é de 9,18% e para as mulheres de 8,77%. Entre 2010 e 2019, especificamente na faixa etária acima dos 80 anos, houve um aumento de 30,91% na taxa de mortalidade por queimaduras e corrosões. Quando analisado por regiões brasileiras, a Região Sudeste exibiu a maior taxa de mortalidade (11,21%) e a maior taxa média de internação hospitalar (10,4 dias)10.
No período de 2009 a 2019, 168.955 pessoas idosas com 60-79 anos e 50.410 com 80 anos ou mais sofreram queimaduras no Brasil9,11. O tempo de internação foi maior nos mais velhos (p<0,0001) e a maior média de dias de internação foi correlacionada a uma maior taxa de mortalidade nesta faixa etária (80 anos ou mais) (p<0,0001) quando comparada à faixa entre 60-79 anos11.
Estudo documental realizado em Fortaleza, Ceará, analisou prontuários de pacientes idosos vítimas de queimadura e identificou o líquido quente como o agente causal mais comum. Em conformidade com a superfície corporal queimada (SCQ), predominou o paciente médio queimado (78,1%); quanto à profundidade, prevaleceu a queimadura de segundo grau (95,5%); e com relação à área corporal atingida, os membros superiores (51,0%)5.
Considerando o aumento significativo da população idosa, os riscos a que estão sujeitos e com muitas demandas em saúde, torna-se relevante detectar o perfil de atendimentos por queimaduras a este público, visando pensar em políticas públicas que possam atender integralmente à pessoa idosa, possibilitando promoção de saúde e prevenção de agravos.
Diante o exposto, o objetivo deste estudo foi caracterizar o perfil de atendimentos por queimaduras e associar o sexo com o agente etiológico e o desfecho clínico em pessoas idosas atendidas em um pronto-socorro.
MÉTODO
Estudo retrospectivo e documental, orientado pela ferramenta Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE), desenvolvido em um pronto-socorro adulto (PSA) de um hospital público de ensino de uma cidade do Triângulo Sul de Minas Gerais.
Foi solicitado ao Setor de Tecnologia da Informação e Saúde Digital do referido hospital um levantamento de todos os prontuários eletrônicos de idosos (com 60 anos ou mais) acometidos por queimaduras como causa primária, com os seguintes itens do Código Internacional das Doenças (CID): T20 a T31 e derivados, X27.8, X27.9, W35.9, e que foram admitidos no PSA no período de 1 de janeiro de 2014 a 31 de dezembro de 2022, sendo estes os critérios de inclusão dos prontuários eletrônicos, tendo sido encontrado o total de 30 registros. Estabeleceu-se o ano de 2014 como início, pois foi quando o Aplicativo de Gestão para Hospitais Universitários (AGHU) foi implantado no referido hospital.
Foram excluídos os registros com duplicidade; prontuários sem histórico de queimaduras no período descrito e prontuários de pessoas idosas que sofreram queimaduras admitidas em outros setores.
Para a coleta de dados, foi desenvolvido um questionário pelas próprias pesquisadoras, contendo as seguintes variáveis: sexo, data de nascimento, na qual as idades foram agrupadas em 60 anos a 79 anos e 80 anos ou mais, local de residência, porcentagem de superfície corporal queimada, grau de queimadura, agente etiológico, ano de atendimento, tratamento, cobertura utilizada e desfecho.
O acesso aos prontuários eletrônicos ocorreu em computador interno do hospital, no qual a pesquisadora assistente teve permissão para a consulta ao AGHU, tendo ocorrido a coleta de dados de outubro a novembro de 2023.
Os dados foram tabulados por dupla digitação diretamente no programa Microsoft Excel® e analisados pelo software Statistical Package for Social Sciences (SPSS®), por meio de análise descritiva (frequência e porcentagem) e, para avaliar a associação entre as variáveis, foi utilizado o teste exato de Fisher.
O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da instituição proponente, parecer n. 6.060.955/2023, tendo o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido sido dispensado devido à indisponibilidade de autorização dos participantes por questão de localidade de residência, mudança de endereço e desfecho da internação.
RESULTADOS
Foram identificados 30 prontuários eletrônicos de pessoas idosas vítimas de queimaduras, com apenas um atendimento no PSA, no período de 1 de janeiro de 2014 a 31 de dezembro de 2022. Seis prontuários foram excluídos por falta de informações, portanto, restaram 24 prontuários eletrônicos que foram analisados. A média de idade encontrada foi de 70,5 anos (DP=8,325), mínima 60 e máxima 92 anos. Com relação ao sexo, foram detectados 15 (62,5%) homens e nove (37,5%) mulheres.
A Tabela 1 apresenta os resultados quanto a faixa etária, cidade de residência, mês e ano de atendimento. A maioria dos idosos tinha entre 60 e 79 anos, residiam na cidade sede do PSA e em outras cidades do Triângulo Sul. Predominaram os atendimentos ocorridos no mês de agosto e no ano de 2022.
A maioria dos idosos teve queimadura por agente térmico, de segundo grau, nos membros superiores. Metade deles recebeu tratamento cirúrgico, sendo necessária enxertia de pele. A cobertura mais utilizada foi a sulfadiazina de prata. Com relação ao desfecho clínico, um terço dos pacientes foi internado em outros setores do hospital e metade foi a óbito, conforme mostra a Tabela 2.
Para avaliar a associação entre sexo e as variáveis agente etiológico e desfecho clínico, foi utilizado o teste Exato de Fisher. Apesar de os homens terem sido mais acometidos tanto pelo agente elétrico quanto pelo térmico e tendo como desfecho o óbito três vezes mais do que as mulheres, estas diferenças não foram estatisticamente significativas (p<0,05), conforme apresenta a Tabela 3.

DISCUSSÃO
No atendimento ao paciente queimado, dentro da organização das Redes de Atenção à Saúde (RAS), o hospital investigado é referência na macrorregião de saúde do Triângulo Sul de Minas Gerais, prestando assistência a 27 municípios. Para este tipo de atendimento, é exigida estrutura física adequada, de nível terciário e alta complexidade, com profissionais de saúde habilitados e com suporte de serviços auxiliares tanto de diagnóstico quanto de terapia12.
Os dados do Ministério da Saúde identificaram que no período de janeiro de 2014 a dezembro de 2022 a incidência de pacientes com queimaduras e corrosões na cidade sede do hospital compreendeu 422 atendimentos9. Esse dado ressalta a importância de dedicar uma atenção diferenciada aos cuidados especializados para os idosos, visto que esse grupo geralmente apresenta uma maior complexidade clínica, principalmente ligada à presença de comorbidades e maior propensão a complicações.
Os dados do estudo revelaram uma maior incidência de queimaduras entre os pacientes do sexo masculino, corroborando os achados de uma pesquisa realizada em Catanduva, que identificou 712 casos no mesmo sexo. Essa pesquisa também destacou que as queimaduras foram causadas principalmente por chama direta (43%)13, o que ressalta a necessidade de estratégias de prevenção direcionadas, especialmente a exposição a fatores térmicos.
Outro estudo, realizado no interior da Bahia, demonstrou que as queimaduras afetaram na mesma proporção homens e mulheres, e esse achado pode ser explicado pelos riscos de acidentes que o ambiente doméstico apresenta, favorecendo a ocorrência de queimaduras14.
No presente estudo predominaram idosos na faixa etária de 60 a 79 anos, com idade máxima de 92 e média de 70,5 anos, corroborando estudo desenvolvido em Fortaleza, Ceará, com média de 68,4 anos e máxima de 95 anos. A ocorrência em idosos acima de 80 anos deve ser vista com atenção, devido a uma maior fragilidade, que pode impactar nos gastos públicos, portanto, deve-se pensar em estratégias de prevenção considerando o aumento da população idosa e as necessidades inerentes a ela5.
Dentre o total de pessoas idosas investigadas, observa-se que um número significativo destas residiam no município sede (45,8%) da investigação e em cidades do Triângulo Sul (45,8%). Tal fato justifica-se pela existência de uma macrorregião de saúde que oferece assistência de referência para pacientes vítimas de queimaduras, mesmo na ausência de um CTQ. Contudo, ressalta-se a existência de dois centros próximos, aos quais outros pacientes podem ter sido encaminhados e atendidos.
A análise dos prontuários das pessoas idosas avaliadas revelou que o agente etiológico predominante das queimaduras foi de origem térmica. Um estudo realizado com pessoas idosas internadas no Adana City Training & Research Hospital, na Turquia, entre 2016 e 2019, revelou que a principal causa de queimaduras foi o escaldamento (51,2%), seguido por queimaduras causadas por chama (37,2%)15, evidenciando também a prevalência do fator térmico.
Estudo desenvolvido em um CTQ no interior de São Paulo avaliou 1.164 pacientes e observou que 823 deles eram adultos e idosos, com queimaduras causadas principalmente por chama direta (43%), líquidos escaldantes (35%) e dermoabrasão (12%)13. Esses resultados reforçam a importância de campanhas educativas direcionadas à prevenção de queimaduras domésticas, especialmente entre os idosos, com o intuito de reduzir os riscos.
Um estudo conduzido no CTQ do Recôncavo da Bahia, que incluiu 102 participantes, revelou que a queimadura de segundo grau foi a mais prevalente, representando 81,4% dos casos. Todos os pacientes da amostra passaram por desbridamento cirúrgico; entre eles, 66,7% foram submetidos apenas ao desbridamento, 31,4% realizaram desbridamento seguido de enxerto e 2% foram submetidos a enxerto e retalho14. Os dados corroboram os resultados desta pesquisa, que também identificou uma predominância de queimaduras de segundo grau, destacando que a maioria dos participantes foi submetida a cirurgia, com o enxerto sendo o tipo mais prevalente de procedimento realizado.
Considerando o tempo de internação dos pacientes queimados, que necessitam de cuidados intensivos e geram altos custos relacionados à assistência, a elevada incidência de óbitos observada no atual estudo impacta tanto os custos quanto o prognóstico negativo, levando em conta a condição de saúde das pessoas idosas e as expectativas de suas famílias.
Uma pesquisa epidemiológica realizada entre 2019 e 2021, utilizando dados da "Lista Morb CID-10 sobre queimaduras e corrosões", também revelou uma predominância significativa de óbitos, especialmente entre homens16. Esses achados são semelhantes com os resultados da presente pesquisa, destacando a vulnerabilidade desse grupo diante das complicações associadas às queimaduras.
Estudo multicêntrico, realizado nos Estados Unidos, evidenciou que pessoas idosas apresentaram frequência significativamente maior de queimaduras por escaldadura (36,9% vs. 35,4%; p<0,01) e queimaduras de terceiro grau (10,4% vs. 5,5%, p<0,01) em comparação a adultos. A maioria das queimaduras aconteceu em casa (75,9% vs. 67,4%; p<0,01). Os locais de queimadura mais acometidos nos idosos foram mão, rosto, pé, antebraço e perna, e as principais fontes de queimadura foram água quente, utensílios de cozinha, forno/fogão, fogo doméstico e gasolina.
A pesquisa revelou que as pessoas idosas têm risco duas vezes maior de internação hospitalar (razão de chances [OR]: 2,32, IC 95%: 2,17-2,49, p<0,01) e risco cinco vezes maior de mortalidade no pronto-socorro (OR: 6,22, IC 95%: 4,00-9,66, p<0,01) após as queimaduras. O estudo ainda destaca a necessidade de maior conscientização sobre medidas preventivas para queimaduras em pessoas idosas17.
Revisão sistemática, que analisou 46 estudos sobre a tendência epidemiológica de queimaduras, evidenciou que, em países muito desenvolvidos houve uma redução na incidência, na gravidade, no tempo de internação e na taxa de mortalidade por queimaduras; em países considerados como alto e médio desenvolvimento, os achados foram heterogêneos; enquanto em países de média e baixa renda não foram encontrados estudos a respeito. Os autores concluíram que o estado de desenvolvimento influencia e diferencia os países, sendo que os muito desenvolvidos possuem muito bem estabelecidos os cuidados terciários com instalações especializadas bem definidas, enquanto isso carece nos demais. Também destacaram que os estudos focam populações infantis e idosas, e sugerem a criação de um banco de dados internacional sobre a epidemiologia das queimaduras8.
Entre as limitações do estudo, salienta-se a busca em apenas um pronto-socorro e prontuários eletrônicos incompletos ou com ausência de dados, que interferem no levantamento das informações sobre o perfil de atendimento as pessoas idosas e suas associações. Considerando o tempo de implementação do sistema AGHU, sugere-se maior incentivo e treinamento dos profissionais de saúde para correto e completo preenchimento.
Apesar das limitações, o estudo é relevante ao caracterizar o perfil da pessoa idosa atendida por queimadura, pois contribuirá para ações de prevenção e na construção de protocolos assistenciais. O cuidado à pessoa idosa queimada deve atender as especificidades relacionadas à fisiologia perante o envelhecimento, evidenciado nas alterações da pele. Diante disso, novos estudos devem ser realizados com amostras maiores a fim de detectar possíveis associações entre as variáveis.
CONCLUSÕES
A maioria dos idosos atendidos tinha entre 60 e 79 anos, sendo a prevalência entre os residentes de Uberaba e do Triângulo Sul. Agosto foi o mês com mais atendimentos e o ano de 2022 registrou o maior número de casos. O agente etiológico térmico predominou, com queimaduras de segundo grau afetando mais da metade dos pacientes, sendo os membros superiores a área mais atingida. O tratamento cirúrgico, especialmente com enxertos, foi o mais comum e a sulfadiazina de prata foi a cobertura mais usada. Devido à gravidade, a maioria dos pacientes permaneceu internada, resultando em 12 óbitos registrados.
Os achados deste estudo não apenas ressaltam a necessidade de estratégias de prevenção eficazes, mas também destacam a importância de adaptar as práticas de cuidado às particularidades desta faixa etária. Dessa forma, a pesquisa contribui para o avanço do conhecimento na área, propondo um caminho para melhorias na assistência e na proteção da saúde das pessoas idosas.
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Recebido em
3 de Julho de 2025.
Aceito em
30 de Julho de 2025.
Local de realização do trabalho: Universidade Federal do Triângulo Mineiro – Instituto de Ciências da Saúde, Uberaba, MG, Brasil.
Conflito de interesses: Os autores declaram não haver.