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Artigo Original

Compreensão dos acadêmicos de medicina sobre os princípios de atendimento inicial aos pacientes queimados

Understanding of medical students about the principles of initial assistance for burn patients

João Roberto Farias de Souza1; Patrick Farias Machado de Souza2; Murilo Soares Costa3; Diego Paim Carvalho Garcia4

RESUMO

OBJETIVO: Avaliar a compreensão dos acadêmicos de medicina sobre o atendimento inicial a pacientes queimados, bem como o aprendizado sobre a temática ao longo do curso.
MÉTODO: Trata-se de um estudo transversal descritivo realizado em uma instituição de ensino superior de Minas Gerais, por meio da aplicação de um questionário validado por Balan e colaboradores. A coleta de dados ocorreu entre março e outubro de 2020, com 92 acadêmicos do 1° ano e 45 acadêmicos do 6° ano de medicina. As análises foram realizadas no software R versão 4.0.3. Descritas por frequências absolutas e relativas, desvio-padrão, teste Exato de Fisher, teste Qui-quadrado e teste de Mann-Whitney.
RESULTADOS: Constatou-se que 6,67% dos acadêmicos do 6° ano acertaram acima de 80% das questões e 2,17% do 1° ano. A média de acertos, em porcentagem, no 6° ano foi 63,1±10,3 versus 47,0±16,9 no 1° ano. O tema de maior desconhecimento foi reanimação volêmica, cujo, 93,3% acadêmicos do 6° ano contra 96,7% no 1° ano erraram. O exame básico, cuidados iniciais, cálculo da superfície corporal queimada e triagem foram áreas do conhecimento com maior percentual de acerto no 6° ano: 93,3%, 85,6±25,3%, 80% e 85,2±19,5%, respectivamente, enquanto os do 1° ano tiveram menos acertos.
CONCLUSÃO: Verificou-se, pelo presente trabalho, que apesar do aumento de acertos em comparação com o 1° ano, algumas condutas médicas iniciais necessárias aos pacientes queimados como reposição volêmica, cuidados locais e antibioticoterapia não são compreendidas pelos acadêmicos do 6° ano, na maior parte da amostra estudada.

Palavras-chave: Queimaduras. Estudantes de Medicina. Educação Médica. Primeiros Socorros.

ABSTRACT

OBJECTIVE: To evaluate the understanding of medical students about the initial care for burn patients, as well as learning about the theme throughout the course.
METHOD: This is a cross-sectional descriptive study carried out in a higher education institution in Minas Gerais, through the application of a questionnaire validated by Balan and collaborators. Data collection took place between March and October 2020, with 92 students from the 1st year and 45 students from the 6th year of medicine. The variables were presented by absolute and relative frequencies and standard deviation.
RESULTS: It was found that 6.67% of the 6th grade students answered correctly above 80% of the questions and 2.17% of the 1st year. The average number of correct answers in the 6th year was 63.1±10.3 versus 47.0±16.9 in the 1st year. The theme of greatest ignorance was volemic resuscitation, whose 93.3% 6th graders against 96.7% in 1st grade missed. The basic exam, initial care, calculation of the burned body surface and screening were fields of knowledge with the greatest percentage of correct answers in the 6th year: 93.3%, 85.6±25.3%, 80%, and 85.2±19.5%, respectively, while those in the 1st year had less correct answers.
CONCLUSION: It was found, in the study, that despite the increase in correct answers compared to the 1st year, some initial medical procedures necessary for burned patients, such as: volume replacement, local care and antibiotic therapy, are not understood by 6th graders, in most of the studied sample.

Keywords: Burns. Students, Medical. Education, Medical. First Aid.

INTRODUÇÃO

Queimaduras são injúrias subestimadas que podem atingir qualquer pessoa, em qualquer lugar e momento1. Os avanços na compreensão da fisiopatologia e tratamento de queimaduras permitiram melhor atendimento, em qualquer fase da assistência. Nesse sentido, um fator chave a se considerar é o nível de conhecimento sobre o tema dos prestadores de cuidados em saúde a esses pacientes2.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera queimadura um problema de saúde pública, que resulta em morbidade para o paciente e sua família devido às repercussões físicas e psicológicas ao longo da vida3,4. Estima-se que ocorram, anualmente no mundo, cerca de 11 milhões de queimaduras, as quais 180 mil resultam em óbitos. Dentre esses, 95% ocorrem em países de baixo e médio desenvolvimento3-5. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ) estimou, em 2013, que ocorram 1 milhão de queimaduras anualmente, sendo o dado nacional mais recente disponível6. Na capital de Minas Gerais, Belo Horizonte, encontra-se o Hospital Pronto Socorro João XXIII, referência na América Latina para esse tema, com uma taxa de letalidade de 16,3%7.

Os profissionais de saúde, por vezes, não estão preparados para o atendimento inicial de pacientes queimados8. A formação médica pode ser a gênese desse problema, como demonstrado por Máximo et al.9 e Cunha et al.6, que apontaram lacunas do ensino no atendimento inicial a pacientes queimados durante a graduação. Análises da percepção do conhecimento e confiança para realizar atendimento inicial aos queimados demonstraram igualmente um hiato na formação médica para gerenciar esse problema com perícia10-12.

Por conta disso, questiona-se qual a compreensão de acadêmicos de medicina ao ingressar e ao finalizar o curso sobre os princípios do atendimento inicial aos pacientes queimados. Para isso, o objetivo desse trabalho foi avaliar a compreensão dos acadêmicos de medicina de uma instituição privada de ensino superior sobre o atendimento inicial a queimados. Nesse estudo entende-se por atendimento inicial os cuidados fundamentais do atendimento avançado ao trauma. Além disso, avaliou-se a curva de aprendizado, comparando o conhecimento entre alunos os do primeiro e último ano do curso de medicina.


MÉTODO

Esse estudo descritivo transversal foi conduzido em uma instituição de ensino superior de Minas Gerais entre março e outubro de 2020. Como critérios de inclusão, o participante deveria ser acadêmico do 1° ou 6° ano do curso de medicina, a fim de comparar os resultados obtidos nos questionários aplicados e avaliar o ganho de conhecimento ao longo do curso, em especial após o 5° ano de curso, pois neste momento há disciplinas que abordam o conteúdo sobre o manejo de queimaduras.

Nessa amostra, os conhecimentos sobre atendimento a queimados são ensinados no quinto ano do curso de medicina. Por esse motivo, somente o grupo do 6° ano cursou disciplinas teórico-práticas nessa área do conhecimento. Considerando um total de 520 alunos (sendo 400 do 1° ano e 120 do 6° ano), 5% de significância, poder de 95% e considerando que o total de alunos do 6° ano é 1/3 do total de alunos do 1° ano, o tamanho amostral é de 119 alunos do 1° ano e 36 alunos do 6° ano.

Procedeu-se à coleta de dados por meio aplicação de um questionário validado, elaborado por meio de uma dissertação de mestrado. Balan et al.13 validaram um instrumento sobre conhecimento do atendimento inicial ao queimado voltado para médicos e enfermeiros. Descrito por meio da dissertação de mestrado, o questionário é composto com perguntas de áreas do conhecimento e respostas de múltipla escolha, e há um gabarito com as respostas corretas para saber a taxa de acertos, erros e desconhecimentos. Para sua confecção, foi utilizada a etapa teórica de Pasquali, que se constitui de 12 etapas, sendo tarefas e métodos específicos agrupados em três domínios: polo teórico, polo empírico e polo analítico13.

Contém questões de abordagem geral sobre queimaduras e questões específicas a médicos13. O questionário abrangia 11 áreas do conhecimento, com 18 questões: exame básico (questão 1), cuidados iniciais (questões 2 e 3), cálculo de superfície corporal queimada (questão 4), cuidados locais (questões 5, 6 e 7), posicionamento (questão 8), controles (questão 9 e 18), fisiopatologia (questão 10), triagem (questões 11, 12 e 13), antibioticoterapia (questão 17), reposição volêmica (questão 16), nutrição (questões 14 e 15).

Os participantes foram abordados nas dependências da instituição e, dessa forma, tendo-se aceitado a participação na pesquisa, foi solicitado a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Aplicou-se, então, o questionário com a orientação de assinalar uma única alternativa de resposta: concordo (se favorável à conduta), discordo (se contrário à afirmação) e não sei (se sem compreensão técnica sobre a afirmativa).

Para fins estatísticos, as respostas erradas e "não sei" foram consideradas como incorretas ou desconhecimento. Não houve influência externa nas respostas ou consulta a meios de informação durante a aplicação do questionário e o tempo de aplicação foi de 30 minutos. Foram excluídos da análise os que não preencheram corretamente o questionário aplicado: não responder todas as questões e marcar mais de uma alternativa.

Todos os dados coletados foram transferidos para a planilha do Microsoft Excel® 2016. Em seguida, considerado nível de significância de 5%, as análises foram realizadas no software R versão 4.0.3. As variáveis categóricas foram apresentadas como frequências absolutas e relativas e as variáveis numéricas, como média ± desvio-padrão. A associação entre variáveis categóricas foi avaliada pelo teste Exato de Fisher e pelo teste Qui-quadrado e a comparação entre grupos, pelo teste de Mann-Whitney. Para avaliar os acertos no questionário, foi calculada a porcentagem de acerto total e por área de conhecimento (quando havia mais de uma questão).

A pesquisa seguiu os princípios éticos da Resolução no. 466/12 do Conselho Nacional de Saúde/MS e foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais.


RESULTADOS

Foram avaliados 137 alunos, sendo 92 (67,2%) do 1° ano e 45 (32,8%) do 6° ano.

Os acadêmicos do 1° ano assinalaram "não sei" como resposta em maior porcentagem que os alunos do 6° ano, exceto nas questões 6 (cuidados locais) e 18 (controles). No geral a questão 8, que aborda o posicionamento do paciente, foi a que obteve mais a resposta "não sei" (57,7%).

Na Tabela 1, observa-se que os acadêmicos do 6° ano não tiveram dúvidas nas questões 1, 3, 12 e 15. As questões em que revelam maiores índices de dúvidas pelos acadêmicos do 6° ano são 6 (26,7%), 7 (28,9%), 8 (40%) e 14 (28,9%).




Considerando a amostra geral, 43% dos participantes acertaram pelo menos 60% das questões, 29,3% (1 ° ano) versus 71,1 % (6° ano); p<0,001. Além disso, nenhum acadêmico acertou todas a questões e 3,65% da amostra geral obteve índice de acerto acima de 80% das questões, como evidenciado na Tabela 2. A média de acertos, em porcentagem, no 6° ano foi 63,1±10,3 versus 47,0± 16,9 no 1 ° ano.




As questões 1, 2 e 3, que abordam o exame básico e os cuidados iniciais tiveram índices de acerto pelos acadêmicos do 6° ano de 93,3%, 75,6% e 95,6%, respectivamente. No item 4, que versa sobre o cálculo da superfície corporal queimada, houve acerto de 14,1% dos acadêmicos do 1° ano versus 80% dos acadêmicos do 6° ano; p<0,001. No quesito cuidados locais, explanados pelas questões 5, 6 e 7, observam-se índices de desconhecimento pelos acadêmicos do 6° ano de 84,4%, 40% e 60,0%, respectivamente, como mostra a Tabela 3.




A pergunta 8, sobre o posicionamento, apresentou índices de desconhecimento, 85,9% no 1° ano versus 46,7% no 6° ano; p<0,001. O item 13, que aborda triagem e indicação de UTI para o queimado, teve 31,1% de desconhecimento pelos acadêmicos do 6° ano.

No tocante a suporte nutricional, 40% dos acadêmicos do 6° ano acertaram a questão 14, com 60% de desconhecimento. O item hidratação, abordado pela questão 16, apresentou índice de desconhecimento de 93,3% nos acadêmicos do 6° e 96,7% nos acadêmicos do 1° ano. A pergunta 18, sobre antibioticoterapia, obteve índices de desconhecimento de 94,6% no 1° versus 66,7% no 6° ano; p<0,001.


DISCUSSÃO

Este estudo reflete as lacunas de incompreensão ou desconhecimento sobre o atendimento inicial ao paciente queimado. Nesse sentido, ao analisar a porcentagem de acadêmicos do 6° ano que assinalaram a alternativa "não sei" como resposta, em maiores ou menores taxas, na maioria dos itens, fica clara a ausência de consolidação desse tema em alguma etapa da formação médica. Na amostra estudada, o ensino sobre a assistência ao paciente queimado ocorre no 5° ano do curso, logo, os acadêmicos do 1° ano não tiveram o contato sobre o tema, na instituição de ensino. Em análises prévias, foi constatada a baixa confiança dos acadêmicos de medicina em abordar esse paciente, bem como hiatos na formação que propiciam o despreparo profissional10-12,14.

Entre as falhas, Lemons et al. (2015) apud Máximo et al.9 destacam o mínimo contato com esse perfil de paciente no estágio prático e o tempo reduzido de explanação teórica sobre o tema, no Reino Unido. No Brasil não é diferente: a grade curricular por vezes não contém o ensino sobre queimaduras e, mesmo quando dispõe de um bom campo prático de estágio, a temática não é explorada pelos acadêmicos9.

Desta maneira, sabe-se que a cirurgia plástica é uma das especialidades que realiza o tratamento de pacientes queimados, principalmente em centros de referência em queimaduras1,14. Apesar disso, atualmente, raras são as instituições com graduação em medicina que ofertam essa disciplina. Por conta disso, tópicos relevantes no denso currículo médico sobrepõem esse tema em disciplinas que tratam do atendimento urgente e emergente9.

É compreensível que acadêmicos do 6° ano e médicos generalistas não conduzam de forma especializada o tratamento de queimaduras severas. Porém, em um quadro agudo, é necessário que os médicos avaliem e iniciem o atendimento emergencial correto logo que possível, já que o tempo implica diretamente em morbidade e mortalidade da vítima1,5,14. Em análise no presente estudo 3,65% dos acadêmicos (1° e 6° ano) apresentaram respostas corretas em pelo menos 80% das questões, como mostra a Tabela 2, podendo sugerir um possível impacto negativo nos futuros atendimentos8.

Na avaliação primária do paciente, seja ela pré-hospitalar ou hospitalar, busca-se, primeiramente, a estabilização respiratória e hemo-dinâmica1,5. Sendo assim, nos itens 1, 2 e 3 (que explanam sobre o exame básico e os cuidados iniciais) os acadêmicos do 6° ano apresentaram bom domínio sobre o tema, demonstrado na Tabela 3, o que pode estar correlacionado com os princípios do Advanced Trauma Life Support (ATLS), ensinados durante o Internato em Emergência.

O cálculo da superfície corporal queimada (SCQ) é variável de acordo com a faixa etária do paciente1,5. A pergunta 4 tenta identificar se o participante conseguiu dissociar essa peculiaridade, demonstrando conhecimento sobre a regra dos nove e "Lund e Browder", o que foi reconhecido por 80% dos acadêmicos do 6° ano, porém 14,1% do 1° ano sabiam (Tabela 3). Esse item correlaciona-se com a triagem do queimado e, se realizado de forma correta, define critérios para a transferência a um centro de referência em queimados1,5,14.

Em contrapartida, a questão sobre hidratação do paciente apresentou 93,3% de desconhecimento pelos acadêmicos do 6° ano, com 68,9% assinalando a afirmativa errada e 24,4% considerou que não tinha compreensão sobre o assunto; já 96,7% dos acadêmicos do 1° ano desconheciam o tema, como mostram as Tabelas 2 e 3. Essa medida, sendo realizada pela fórmula de Parkland, é considerada um ato trivial na fase I do atendimento primário ao paciente queimado ao se proceder à reanimação volêmica1.

Esse dado está em consonância com os estudos conduzidos por Cunha et al.6 e Máximo et al.9, em que 57,89% e 90%, respectivamente, dos acadêmicos do internato de medicina não souberam gerenciar a correta ressuscitação volêmica do paciente queimado.

Nesse estudo, o desconhecimento foi maior na temática "cuidados locais". Percebe-se que, analogamente aos estudos realizados por Máximo et al.9, essa área do conhecimento pode ser pouco aprendida. A maioria dos acadêmicos do 6° ano concordou que o agente causador da queimadura deveria ser removido imediatamente quando aderente, bem como os acadêmicos do 1° ano, o que pode ser analisado na Tabela 3. Em decorrência disso, a iatrogenia com perda de tecido subjacente ainda viável (zona de penumbra) e agravo das sequelas físicas tornar-se-iam prováveis1,5.

É desejável algum grau de atividade antimicrobiana por intermédio de antibióticos tópicos a base de prata1. Porém, o uso de antibiótico sistêmico, de forma profilática, não é estabelecido pelos consensos e pode gerar resistência bacteriana1,5. Apesar disso, a maioria (53,3%) dos acadêmicos do 6° ano estabeleceriam profilaxia contra bactérias gram-positivas.

No trabalho de Cunha et al.6, 73,7% dos internos de medicina que não estagiaram em Unidade de Tratamento a Queimados (UTQ), contra 25% que estagiaram em uma UTQ, também fariam a aplicação incorreta de antibioticoprofilaxia (p<0,001). Consequentemente, isso pode reforçar a importância da vivência prática no manejo desses pacientes para agregar o conhecimento necessário.

No Brasil, não é estabelecida uma política educacional ampla em instituições de ensino médio sobre primeiros socorros e prevenção de queimaduras, o que, de acordo com a American Burn Association (ABA), reduziria vertiginosamente incidentes envolvendo queimaduras, bem como possibilitaria a otimização do manejo desses pacientes7,15.

Em conformidade, Máximo et al.9 enunciaram que os alunos do 1° ano do curso de medicina de uma instituição de ensino superior não dominam satisfatoriamente medidas gerais sobre o atendimento a pacientes queimados.

Dessa maneira, não se espera que as particularidades médicas desse atendimento sejam conhecidas ou executadas por acadêmico do 1° ano, como demonstrado nessa pesquisa. Todavia, nesse estudo, os acadêmicos apresentaram bom desempenho nos conhecimentos gerais e básicos, proposto nos itens 1, 2 e 3 como demonstrado na Tabela 3. Porém, na quase totalidade das questões, a maioria desse grupo assinalou "não sei" como resposta (Tabela 1), evidenciando, portanto, compreensão insuficiente sobre o tema.


CONCLUSÃO

A etiologia desse problema parece ser multifatorial e inclui tanto a explanação teórica do conteúdo, o interesse dos acadêmicos pelo tema e disponibilidade do campo prático.

Verificou-se, pelo presente trabalho, que condutas iniciais, no primeiro atendimento, necessárias aos pacientes queimados como: reposição volêmica, cuidados locais e antibioticoterapia, não são compreendidas pelos acadêmicos do 6° ano, na maior parte da amostra estudada.

Todavia, os resultados deste estudo mostram que, comparados aos alunos do 1° ano, os alunos do 6° ano do curso de medicina da instituição estudada demonstraram maior número de acertos sobre o assunto, apontando maior compressão.


AGRADECIMENTOS

Agradecemos à Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais que, por meio do Programa de Bolsa de Iniciação Científica, possibilitou a realização desse trabalho.

E, ainda, a Raquel Cafaro Marinho por auxiliar na execução dos cálculos estatísticos.


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Recebido em 8 de Dezembro de 2020.
Aceito em 21 de Junho de 2021.

Local de realização do trabalho: Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais, Curso de Medicina, Belo Horizonte, MG, Brasil

Conflito de interesses: Os autores declaram não haver


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