Resumo
OBJETIVO: Avaliar a utilizaçao da pele de tilápia do Nilo como curativo oclusivo temporário nas queimaduras de segundo grau superficial e profunda em ratos.
MÉTODO: Estudo prospectivo, qualiquantitativo, no qual foram utilizados 40 ratos machos Wistar submetidos à cirurgia para produçao de queimadura, divididos aleatoriamente em quatro grupos: C1, no qual as feridas foram lavadas com soluçao salina; C2, no qual o curativo aberto foi tratado com sulfadiazina de prata a 1%; T1, queimadura de 2º grau superficial, tratado com curativo oclusivo utilizando a pele de tilápia; e T2, queimadura de 2º grau profundo, igualmente tratado com pele de tilápia. Os animais foram tratados e acompanhados por 22 dias. No último dia, os animais foram anestesiados para realizaçao de biópsia, coleta de sangue e foram eutanasiados.
RESULTADOS: No dia 21, os grupos T1 e T2 demonstravam melhor delineamento dos bordos da ferida. O exame microscópico revelou que amostras dos grupos T1 e T2 eram representadas por tecido conjuntivo fibroso destituído de revestimento epitelial, exibindo infiltrado inflamatório histiolinfoplasmocitário, com graus variados de intensidade, e permeado por ocasionais granulócitos polimorfonucleares neutrófilos restritos à regiao superficial. Nos grupos C2, T1 e T2 observava-se que o tecido conjuntivo profundo apresentava-se livre de inflamaçao. Os exames de sangue nao apresentaram alteraçoes significativas (p<0,05).
CONCLUSAO: A pele da tilápia apresentou boa aderência no leito das feridas induzidas por queimaduras nos ratos, interferindo positivamente no processo cicatricial. Estes resultados possibilitam o prosseguimento das investigaçoes para pesquisas em seres humanos, para confirmaçao de sua segurança e eficácia como curativo biológico.
Palavras-chave: Queimaduras. Materiais Biocompatíveis. Cicatrização. Tilápia. Ferimentos e Lesões.