Resumo
INTRODUÇAO: O surgimento dos substitutos de regeneraçao dérmica nas duas últimas décadas permitiu um grande avanço no tratamento tanto das queimaduras agudas como das sequelas. No entanto, ainda há carência de informaçoes sobre a relaçao entre os resultados clínicos e o que ocorre no tecido com cada tipo de matriz.
OBJETIVO: Avaliar o aspecto histológico e correlacioná-lo aos resultados clínicos obtidos com o uso de dois tipos de substitutos dérmicos existentes no mercado, um deles mais fino e com uma lâmina de silicone (Integrar) e outro mais espesso e sem essa lâmina de silicone (Matridermr).
MÉTODO: Dez pacientes com sequelas de queimaduras foram tratados. Cada 5 pacientes receberam um desses dois tipos de matriz, ambos associados à terapia de pressao negativa. Após 19 dias, foi realizado um autoenxerto fino. Foram colhidas biópsias 12, 60 e 180 dias após o enxerto.
RESULTADOS: A análise histológica de ambos os substitutos mostrou o crescimento de tecido conjuntivo bem vascularizado sobre o leito cirúrgico destituído do tecido cicatricial original, com desenvolvimento adequado para recebimento do enxerto. Porém, houve diferenças quanto ao tempo de permanência no tecido, à integridade e à retraçao das matrizes: o substituto dérmico mais espesso apresentou maior retraçao tecidual, mas, também, maiores taxas de integraçao, e deixou de ser observado nos cortes histológicos mais precocemente em relaçao ao substituto fino com lâmina de silicone.
CONCLUSAO: O substituto dérmico de duas camadas (com lâmina de silicone) mostrou-se do ponto de vista clínico com menor retraçao ao longo de 6 meses, assim como com menor contagem de Vancouver. Do ponto de vista histológico, as diferenças foram apenas quanto à presença de matriz.
Palavras-chave: Enxerto de Pele. Regeneração Tecidual Dirigida. Pele Artificial. Queimaduras.